Brincar, brincar, brincar!

Brincar Pom-Pom atividades de férias

Quando falamos em brincar, nem sempre este ato é encarado com bons olhos, principalmente se for verbalizado em forma de conclusão da semana da criança.

Se a educadora resumir a semana com a frase: “Esta semana foi só de brincadeira!” Seguramente vamos ter olhares depreciativos por parte dos pais.

Inconscientemente a palavra “brincar” é considerada, inúmeras vezes uma perda de tempo ou apenas um entretenimento, sem muito fundamento. Atenção, estão errados!

Mas afinal o que é brincar? É assim tão grave se a criança brincou a semana toda? Será que foi para a escola e não aprendeu mesmo nada?!

Brincar e Infância

Brincar remete-nos para a infância e é neste primórdio da vida que as sensações e emoções são intensas, por vezes tão confusas, e a capacidade de saber lidar com elas e de as expressar ainda é tão sensível e abstrato.

Brincar é um grande impulsionador para o desenvolvimento das relações sociais

Por vezes as crianças demonstram dificuldade em verbalizar o que se sentem, mesmo depois da aquisição da linguagem. É através do processo de brincar que a criança começa a comunicar, começa a demonstrar as suas inseguranças e as suas capacidades. É a sua linguagem secreta, que devemos respeitar.

É através do brincar, (deste verbo) que para alguns é tão vago, que as crianças aprendem, experimentam o mundo, descobrem diversas possibilidades. É a brincar que a linguagem e as habilidades motoras florescem.

Meio de Comunicação

Por isso a ação de brincar é um meio de comunicação pela qual a criança se desenvolve em diferentes aspetos, físico, emocional e cognitivo. É através deste ato que as crianças desenvolvem capacidades tão importantes como a imaginação, a imitação, a memória e a atenção. É também aqui que as áreas como a personalidade, afetividade e sociabilização começam a criar estrutura e a desenvolver-se solidamente.

O brincar é um grande impulsionador para o desenvolvimento das relações sociais, brincar com outras crianças é tão importante como respirar. Enquanto há relacionamento de pares, as crianças escutam, partilham, respeitam e aceitam as diferenças em relação a si próprias. É muito normal que surjam conflitos e com isso, estratégias para chegar à sua resolução, para que as mesmas prossigam, o que obriga a pensar e raciocinar logicamente para chegar um entendimento, algo que é essencial ao longo de toda a vida.

Por falar em conflitos, muitas vezes são as regras que fazem com que os mesmos existam. Para brincar a criança tem que lidar com elas, e assim a mesma aprende a respeitá-las, e quando usadas em sociedade a criança aprende onde começam os seus limites, assim como os dos outros, ou seja, um fator crucial para a vida em sociedade.

Brincar é tão sério e promotor de uma bagagem tão completa para a vida que se tornou um direito garantido pela Declaração Universal dos Direitos da Criança aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1959, e isto não é brincadeira!

Brincar é algo realmente importante, é mais que lazer, fornece mecanismos de aprendizagem e de autonomia, que possibilita preparar para uma vida em sociedade plena.

Então, continuam com a ideia de que brincar é uma perda de tempo?